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Resumindo uma história sabida por quase todo mundo, Senna largou em quarto, perdeu uma posição na luz verde e, ainda na primeira volta, assumiu a ponta passando Michael Schumacher (Benetton), Karl Wendlinger (Sauber) e as duas Williams, de Damon Hill e Alain Prost. Isso é um fato mundialmente conhecido.
O que pouca gente sabe é o resto da corrida. Depois dessa primeira volta, aconteceu de tudo em Donington. A chuva foi e voltou duas vezes, fazendo com que todos trocassem pneus biscoito (de chuva) e slicks (para pista seca). A Williams, por exemplo, fez sete trocas e, a maioria delas, errada. Prost era sabidamente fraco em pista molhada e isso foi um problema sério para ele. Senna perdeu a ponta em duas ocasiões, mas permaneceu na pista mais tempo com pneus slick, controlando a McLaren em uma pista que molhava rápido, para recuperar a ponta.
Outro ponto pouco conhecido foi o desempenho do calouro Rubens Barrichello com uma fraquíssima Jordan, que, bom de chuva, chegou a ocupar a segunda posição, passando Damon Hill e Alain Prost na pista. No final, Barrichello ficou na grama, graças a uma quebra do motor Hart que empurrava seu carro. Ele ocupava a terceira posição e faltavam quatro voltas para o fim da corrida.
Uma história curiosa foi que, com quase uma volta de vantagem para o segundo colocado, Senna resolveu fazer um teste e passar por dentro dos boxes de Donington sem parar e com o pé na tábua. Em 1993 não havia limite de velocidade no pit lane e a pista de Donington possui uma característica única: Você faz um hairpin, uma curva de 180 graus, para entrar na reta de chegada e a entrada dos boxes fica antes da última curva. Considerando que a pista de rolamento para os boxes está dentro da área interna da pista, ela traça uma distância menor do que a distância do asfalto em si. Ayrton calculou isso, fez a volta por dentro dos boxes e conseguiu a melhor volta. Depois, obviamente, foi multado e o tempo, desconsiderado.
Procurando no Youtube, encontrei vídeos interessantes. O primeiro mostra a volta inicial da corrida, narrada pelo grande Galvão Bueno:
O segundo, mostra a reportagem exibida pela globo no Fantástico, com um resumo da prova e entrevistas com Senna e Barrichello. Aliás, mostra também a bancada do Fantástico na época: Celso Freitas, Fátima Bernardes e Sandra Annenberg. O repórter de Fórmula 1 da Globo era o Roberto Cabrini! Imperdível:
Esse outro vídeo está em inglês (calma, que tem legendas em português...) e faz parte de um documentário. Não mostra imagens da prova, mas traz depoimentos de Alain Prost, Damon Hill, Gerhard Berger, Murray Walker (inglês, uma lenda do jornalismo automobilístico), Jo Ramirez (diretor técnico da McLaren na época) e Tom Wheatcroft (proprietário do autódromo de Donington Park). Vale muito, pelos depoimentos:
Um detalhe pessoal. Eu me lembro de ver na televisão, após as corridas do Brasil e de Donington (ambas vencidas por Senna debaixo de chuva), uma propaganda do creme dental Kolynos muito curiosa: A marca costumava propagandear que trazia o sol graças aos dentes que ficavam brilhantes de tão brancos e utilizava cenas de pessoas na praia, na piscina e situações assim. Este comercial trazia um pedido por mais chuva, pois, assim, Ayrton Senna conseguiria superar as Williams.. Com pista molhada! Há tempos venho buscando esse comercial na internet e não encontro. Alguém se lembra dele? Alguém, por ventura, tem ele gravado?
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