Geral - Obrigado, Chico!


Nesta sexta-feira, dia 23, o mundo perdeu um gênio. Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho, o Chico Anysio, nos deixou e foi para a eternidade. A eternidade dos poucos seres humanos que deixaram um legado em sua existência terrena. Ficamos tentados a falar sobre Chico e adjetivá-lo de humorista. Talvez essa tenha sido sua melhor piada. Fazer tudo o que ele fez e se deixar ser conhecido por humorista.

Chico Anysio nasceu para brilhar e fez isso com uma simplicidade impressionante. Com uma rápida pesquisa pela internet, descobrimos o quão extensa foi a obra deixada por ele para as gerações futuras. Além de ser um dos melhores humoristas da história, foi pintor, ator, redator, escritor, locutor e, provavelmente, mais algumas coisas que devem surgir em histórias dos quatro cantos do Brasil, quiçá, do mundo, após a sua despedida. Tudo o que fez, fez com amor e fez muito bem, suficientemente bem para ser reconhecido por seus personagens, suas piadas, suas pinturas, seus best Sellers, sua disciplina profissional e sua história repleta de pessoas agradecidas ao cidadão mais ilustre de Maranguape, no Ceará.

Eu me lembro da minha infância, onde contava as horas para assistir o Chico Anysio Show, um programa de humor familiar, que via ao lado dos meus pais e minhas irmãs, todos reunidos na sala, rindo e comentando as piadas, os personagens e as mensagens que ele passava pela TV. Sim, houve uma época em que o humor era só humor. Não era a apelação que vemos hoje; não esculachava celebridades e subcelebridades ávidas por quinze minutos de mídia. Existiam as modelos, as mulheres bonitas, mas elas tinham rosto e voz, ao contrário das bundas exageradamente malhadas que rebolam e que, às vezes, descobrimos que têm nome.

Eu sei que as coisas mudam. O automobilismo mudou, o futebol mudou, o jornalismo mudou e o humor mudaria também. Mas sinto saudades daquele humor que parecia bobo, pueril e que podia ser visto por todas as idades. Parecia bobo, mas não era. Vinha carregado de posicionamento político e fazia piada com o que tínhamos de errado. Isso ainda acontece hoje, mas parece não ser o foco. Perdeu-se o sentido da piada, talvez.

O velho Chico nunca mudou. Enfrentou a geladeira da sua emissora por ter opinião. Ficou afastado do grande público, mas teve dignidade para seguir firme com suas convicções. Respeitou o afastamento, mostrando que a derrota não é motivo para atitudes baixas. Continuou se expressando em outras artes e fazendo questão de permanecer vivo. Até hoje. Mesmo doente, lutou até o último dia, mas esse fim é a única certeza da vida e nesta sexta-feira, Chico partiu. Vá com Deus, Chico e muito obrigado pelas lembranças.
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