Hoje, na Garagem do Rovida, vocês começam a ver uma seção
que sempre gostei de fazer em outras épocas: Na Tela. Não, caro leitor, não vou
fazer imitações de apresentador de programa policial (“Quero imagens!”), mas,
sim, falar sobre os carros que apareceram nas telas, grandes e pequenas, ao
longo dos tempos. Inaugurando solemente a seção, a primeira Super Máquina.
Primeira porque houve um remake da série em 2008, mas, hoje, vou falar da clássica, produzida entre 1982 e 1986 e chamada no inglês original, Knight Rider. O protagonista automotivo era um Pontiac Firebird Trans-Am preto, com inteligência artificial e o inesquecível Super Pursuit Mode (Super Modo de Perseguição, ou SPM). Para a série, o mestre da customização, George Barris (aquele mesmo que criou o Batmóvel original dos anos 60), fez a transformação do carro em Super Máquina, com direito a apêndices aerodinâmicos retráteis e painel de avião.
Produzida por Glen A. Larson, o mesmo que produziu Battlestar Galactica, Duro na Queda e Magnum, entre outras séries (o Jerry Bruckheimer dos anos 70 e 80), a série tinha como ator principal o norte americano David Hasselhoff, alçado ao estrelato após o sucesso dos noventa episódios lançados nos quatro anos do seriado original.
Além de David, a própria série foi um sucesso de crítica e público, pelo caráter inovador de colocar um carro como personagem principal. Larson disse que "queria fazer o Zorro (The Lone Ranger) com um carro", ou seja, um misto de ficção científica e faroeste. No Brasil, o carro foi o destaque óbvio, pela tradução do título mas, em Portugal, por exemplo, a tradução captou melhor a ideia original e a série ficou conhecida como O Justiceiro.
História
A trama começa quando o ex-combatente do Vietnã e policial, Michael Arthur Long está investigando um caso de espionagem industrial em Las Vegas e cai em uma emboscada, levando um tiro no rosto que o deixa desfigurado. Resgatado pelo milionário Wilton Knight, Long é levado ainda vivo à Mansão Knight, onde o melhor cirurgião plástico do país tenta salvá-lo da morte. Após o disgnóstico, constata-se que Long só não morreu porque tinha em sua fronte uma placa de metal, vinda de uma cirurgia militar da época de combatente, que desviou a bala que iria para a sua cabeça, saindo pelo rosto. O mesmo destino que salvou Long o condenou, pois a bala que saiu pelo rosto não deu condição a ninguém saber como ele era antes de ser baleado. Wilton decide reconstruir o rosto de Long à imagem e semelhança do seu filho renegado, dando a ele o nome de Michael Knight, enquanto Michael Long é dado como morto.
A Fundação Knight, trabalha para dar ao novo Michael, um instrumento
de trabalho para o combate ao crime: um carro computadorizado e construído com
uma liga molecular que o torna indestrutível, a prova de fogo e balas, além de ser
dotado do computador K.I.T.T. (Knight Industries Two Thousand ou Indústrias
Knight 2000, em português), que comanda todas as funções do carro, e que ainda
fala. O computador está sintonizado com um chip implantado no cérebro de
Michael Knight, garantindo a comunicação entre ambos em momentos de perigo.
Neste intervalo, Wilton Knight morre, dizendo a Michael que "um homem pode fazer a diferença". Auxiliado pelo melhor amigo de Wilton, Devon Miles, que assumiu os negócios da Fundação, Michael começa sua jornada com o novo carro.
Vilões
Michael Knight enfrentou o crime sem uma organização específica de vilania organizada, como a Spectre, eterna inimiga de James Bond nos filmes iniciais, mas com alguns bandidos de maior expressão em alguns episódios. Já K.I.T.T. não teve a mesma sorte, enfrentando dois garndes inimigos tecnológicos. Nos dois primeiros episódios da segunda temporada, a Super Máquina enfrentou Golias (do original Goliath), um mega caminhão completo (cavalo e baú), tão resistente e inteligente e, logicamente, mais forte que o Pontiac. Golias era dirigido pelo filho renegado de Wilton Knight, chamdo de Garthe Knight e interpretado pelo mesmo David Hasselhoff. K.I.T.T. também teve um “irmão gêmeo vilão”, o primeiro protótipo de carro com inteligência artificial da Knight Industries, outro Pontiac Firebirs Trans-Am , batizado de K.A.R.R. (Knight Automated Roving Robot, ou Robô Knight Automatizado Itinerante) e que diferia da Super Máquina pela voice box amarela.
O fim da série
Não houve um episódio final, alguma despedida na tela ou coisa assim. Simplesmente acabou o episódio final da quarta temporada e pronto. A série ainda estava tendo em uma parte respeitável da audiência durante seu quarto ano, apesar do declínio gradual em qualidade. Foi cancelado porque era um produto caro, e de baixas expectativas de venda no mercado para a Universal. Em uma publicação especializada da época, foi feita uma explicação, "A Universal se opôs este ano, quando disse às redes que não prosseguiria com projetos caros se as taxas de licenciamento não aumentassem. A Universal terminou com duas séries, pelo menos, e começou a retirar longa metragens de ação que foram seu forte. A Super Máquina, por exemplo, era um produto caro e longo, mesmo que não pareça e era um grande sucesso". Ironicamente, a série continuou sendo um sucesso e ainda é vista em mais de 70 países.
Spin-offs
A série deu origem a um filme, Knight Rider 2000, de 1991, onde, curiosamente, uma nova Super Máquina é criada e batizada de K.I.F.T. (Knight Industries Four Thousand, ou Indústrias Knight Quatro Mil). O carro base para a nova Super Máquina foi um Pontiac Banshee 1988. Michael Knight é reconvocado para combater o crime e precisa criar um novo carro, já que K.I.T.T. havia sido desmontado. A CPU da Super Máquina estava instalada no Chevy Bel Air 1957 de Knight e o chip, implantado em uma policial assassinada em serviço.
Em 1994, foi produzido um filme para a TV americana, chamado Knight Rider 2010, sem os atores da série original e com um velho Ford Mustang transformado em Super Máquina. Em 1997, aconteceu mais uma tentativa, com a série Team Knight Rider, onde uma equipe de combatentes do crime pilotava diferentes Super Máquinas, como carros, picapes e motos. Nenhum dos dois projetos teve sucesso.
Curiosidades
- Em termos de mercado, a série teve um retorno financeiro muito grande. No Brasil, a empresa de brinquedos Glasslite lançou uma linha completa de brinquedos sobre a série.
- A Glasslite aproveitou o sucesso da Super Máquina para “desovar” seus modelos de carros de brinquedo: Além do Pontiac original, ela foi representada por uma Lamborghini Countach (que eu tive e brinquei até quebrá-la, depois de muito tempo...) e por uma Porsche 911 Targa, o que gerou muita confusão entres os leigos com relação ao modelo exibido na TV.
- A série foi responsável pelo aumento das vendas do Pontiac Firebird Trans-Am, que andavam baixas nos modelos anteriores do carro. A série aproveitou o lançamento da nova geração (a quinta) em 1982 para entrar no mercado, visto que a Pontiac tinha contrato de exclusividade com os estúdios Universal, que faziam a série.
- A voz do K.I.T.T. era feita no idioma original (em inglês) pelo ator William Daniels, e dublada em português por Isaac Bardavid (famoso por emprestar a voz ao Wolverine no desenho e nos filmes dos X-Men, e ao Capitão Haddock no desenho Tintin). Na última temporada, a voz foi dublada por André Filho (que fez a voz de Christopher Reeve nos filmes do Superman).
- O protagonista da série David Hasselhoff só conheceu o ator que interpretava a voz de K.I.T.T. seis meses após o início da série, em um jantar de Natal organizado pela produção com toda a equipe.
- No Brasil, a série foi alvo de especulações e lendas acerca dos direitos de exclusividade para exibição da série. Uma das mais famosas diz que, na época, a Rede Globo se interessou na compra da série, mas a Universal só aceitava vender o pacote (a 1ª temporada completa e a 2ª em vias de ser produzida). Por causa do pacote, a Globo recusou a compra, achando que a série não cairia no gosto do público. De olho na compra, Sílvio Santos (que tinha participação na Rede Record de Televisão na época, meados dos anos 80) comprou a série em pacote logo depois da oferta feita à Globo, juntamente com um contrato de exclusividade com a Universal Studios em filmes e séries, ganhando o direito de exibir a série, primeiro na Rede Record, e posteriormente no SBT, quando Sílvio vendeu sua parte da Record para a Igreja Universal. A Globo chiou bastante na época, por ter sido preterida, e pelo horário inicial da série (aos domingos às 21 horas, que roubava quase 2/3 da audiência do Fantástico) mas diante do contrato de exclusividade assinado entre Sílvio e a Universal, a chiadeira da Globo cessou.
- Em 1986, David Hasselhoff visitou o Brasil, para o lançamento da última temporada da série, sendo entrevistado pelo Viva a Noite, do apresentador Gugu Liberato, nas Cataratas do Iguaçu.
- A dublagem brasileira ficou a cargo da Herbert Richers, com os seguintes dubladores - Michael Knight: Júlio Chaves; Devon Miles: José Santa Cruz; K.I.T.T.: Isaac Bardavid (Da 1ª à 3ª temporada) e André Filho (Na 4ª temporada); Bonnie Barstow: Fátima Mourão (1ª e 3ª temporadas) e Angela Bonatti (4ª temporada); April Curtis: Juraciara Diácovo (2ª temporada) e RC3 (Reginald Cornelius III): Nizo Neto (4ª temporada).
- No Brasil, as três primeiras temporadas da série foram exibidas na Rede Record e o SBT exibiu a última temporada.
- Na TV a cabo, os episódios foram exibidos pelo antigo canal USA (atual Universal Channel), da Globosat, de março de 1996 a novembro de 1998, totalizando 6 reprises de todos os episódios. O Canal 21, do Grupo Bandeirantes, exibiu os episódios de maio de 2001 a setembro de 2002, mas sem alguns episódios e totalmente fora de ordem.
- Em Portugal foram já lançadas as quatro temporadas em DVD. No Brasil ainda faltam a terceira e a quarta temporada, o que ainda depende da Universal do Brasil.
- Atualmente, a série é colocada no ar pelo canal Syfy, em sinal fechado, transmitido apenas em TVs por assinatura.
- A série já foi objeto de jogos de videogame. O primeiro foi um jogo para o sistema NES, feito pela Acclaim, nos anos 80. A outra foi nos anos 2000, quando foram desenvolvidos dois jogos pela Davilex, para o PlayStation 2 e para computadores PC.
Fontes:
Viajei ao passado agora...salve as boas lembranças!
ResponderExcluirNotas
ResponderExcluir1-Michael não possuia um chip, ele tinha uma placa metalica,de uma cirurgia feita no Vietnam
2-Golias não tinha inteligencia, embora fosse equipado
3-Alem dos citados existiu um tanque, que fez mais estrago no Kitt do que o Golias