F1 - Schumacher e Brawn aprontando outra vez?


Uma cena curiosa levantou mais suspeitas sobre a validade do projeto da Mercedes GP para a temporada de 2012. Durante o terceiro treino livre em Melbourne, o alemão Michael Schumacher rodou com a sua Mercedes no final da reta. Depois de sair do carro, no entanto, o heptacampeão ficou "cercando frango" e tentando impedir que os fotógrafos registrassem imagens do bico e do assoalho da flecha de prata.


Acredita-se que o motivo disso tudo seja o polêmico F-duto da Mercedes que, segundo informações de outras equipes, pegaria o ar do escape e o redirecionaria através de uma peça na base da asa traseira, sob o carro, além do W-duto, com a mesma função, só que posicionado na asa dianteira. Há, também, um buraco na asa traseira que, quando a peça é acionada pelo DRS, corta quase todo o efeito da asa (o desenho da traquitana na traseira da Mercedes pode ser visto no site da Fórmula 1). Tudo isso reduziria o arrasto e, consequentemente, melhoraria o desempenho, aumentando a velocidade final do Mercedes em até 18km/h.


As equipes Lotus e Red Bull já oficializaram um protesto contra o sistema, que foi examinado e considerado legal pelo chefe do departamento técnico da categoria, Charlie Whiting. Segundo Whiting, o F-duto não está banido da Formula 1. Ele só não pode ser acionado pelo piloto, que está proibido de utilizar movimentos para incrementar a aerodinâmica do bólido (como os joelhos ou as mãos, que se movimentavam dentro dos cockpits de McLaren e Ferrari, respectivamente, para acionar os F-dutos). No caso da Mercedes, o F-duto é acionado pela movimentação do DRS.


Polêmica à parte, essa não é a primeira vez que Michael Schumacher e Ross Brawn se envolvem em confusões com o regulamento da categoria. A longa ficha deles começou ainda nos tempos de Benetton, quando Schumi venceu seus dois primeiros títulos de pilotos (1994 e 1995). O mais famoso caso foi o do filtro da bomba de abastecimento, que teria sido retirado para acelerar o processo do abastecimento e do pit stop do alemão. Também teve a história do controle de largada, que motivou a FIA a abolir as luzes verdes no início das provas.


Em 1996, Schumacher foi para a Ferrari e levou Brawn com ele. Junto também foi o arsenal de picaretagem que sempre fazia a Ferrari superior aos outros carros. Somando-se a isso a força política da Scuderia de Maranello, chegamos ao domínio do alemão e seus últimos cinco títulos de pilotos (2000, 2001, 2002, 2003, e 2004). Mas, como diz um velho ditado da NASCAR, se não foi provado, não está errado.


Enquanto Schumacher descansava em uma curta aposentadoria, Ross Brawn ainda protagonizou a história dos difusores da sua equipe, a Brawn GP, que deram uma vantagem monstruosa que culminou com o absurdo título da equipe em 2009, seu único ano de existência. Até 2008, como Honda Racing, o time capengava nas últimas posições do grid.




Agora, após o reencontro do inglês e do heptacampeão alemão, surge mais um capítulo nesta novela que vive no limite entre a inovação técnica e a malandragem.
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