AJ Allmendinger falou (não muito bem) sobre o doping

Podemos afirmar que o mês de julho não foi um dos melhores meses da vida de Anthony James Allmendinger, ou AJ Allmendinger, como é conhecido o californiano de 30 anos (completará 31 em 16 de dezembro) que pilota profissionalmente há dez anos. The Dinger foi suspenso indefinidamente pela NASCAR após testas positivo em um exame anti-doping no fim de semana da prova da categoria em Kentucky. Na véspera da etapa seguinte, em Indianápolis, o anúncio da suspensão foi feito e começou o inferno na vida de AJ.

Nesta semana, ele resolveu falar, na tentativa de abaixar um pouco a poeira que se formou em torno do resultadoi do seu exame. Tanto a NASCAR quanto a sua assessoria não divulgaram a substância que acusou positivo na primeira e na segunda prova (pedida pelo piloto). Em sua primeira entrevista desde a revelação do resultado e o pedido de suspensão feito pela categoria, Allmendinger disse à ESPN americana que seu problema no anti-doping foi com a substância de venda controlada Adderall, normalmente utilizada para tratamento de DDA, ou Distúrbio de Déficit de Atenção.

Apesar de abrir o jogo, a entrevista de AJ acabou deixando a situação do piloto mais complicada com relação a um futuro profissional. Nas palavras do próprio Allmendinger, ele estava enfrentando problemas de cansaço e insônia, ocasionados pelo stress de uma temporada sem grandes resultados. Durante compromissos em Kentucky, às vésperas da prova da Sprint Cup, um amigo de um amigo que o acompanhava viu a situação do piloto e lhe deu um comprimido que o tal amigo do amigo tomava para ter mais energia na hora de malhar. AJ tomou a tal pílula, foi sorteado para fazer o anti-doping na prova do Kentucky e o resto da história já é sabido.


O problema dessa mea culpa do piloto para a ESPN é que, depois que a tempestade passar, quem, em sã consciência, vai topar contratar um piloto que se deixa abater pelas dificuldades de uma temporada ruim, se desespera e sai tomando qualquer comprimido que alguém, que ele não conhece, entrega com a promessa de ser a "pílula mágica da felicidade"? The Dinger demosntrou uma característica que o americano abomina nos seus heróis: a fraqueza. A cultura vencedora dos EUA não combina com essa coisa de "fui enganado" ou "não sabia o que estava fazendo", muito comum em outras praças esportivas. Na ótica de uma assessoria de comunicação (território onde posso falar com muita desenvoltura), a entrevista foi um pesadelo.

Para terminar, AJ Allmendinger mandou o discurso padrão do arrependido (e não estou querendo insinuar que as palavras tenham sido falsas), dizendo que ele criou seu próprio inferno e vai superar tudo isso. "Estou arrumando as coisas na minha vida e, quando voltar a correr, serei uma pessoa melhor e um piloto melhor do que já fui até hoje", concluiu o piloto, que já concordou em participar do programa de reintegração da NASCAR.
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