Sim, caro leitor. A ideia deste título é mostrar que
aconteceram duas provas diferentes na Coreia do Sul: a primeira, corrida e
vencida por Sebastian Vettel, deixando para a outra, disputada pelo resto dos
pilotos, tudo aquilo que esperávamos de uma etapa do mundial de F1, que fez a
insônia forçada valer a pena.
Sobre a vitória de Vettel e a sua Red Bull-Renault, pouco
posso dizer que acrescente algo ao que já vem sendo dito em 2013. O alemão
largou da pole, disparou desde a primeira curva, não foi incomodado por ninguém,
fez a parte dele e cruzou em primeiro. Nos boxes, a equipe fez a parte dela,
com uma estratégia simples e executada à perfeição, com duas paradas. O
equipamento não falhou, os pneus foram bem conservados e tudo isso levou Super
Seb a sua 8ª vitória em 2013, a 4ª consecutiva em 14 etapas das 19 previstas
para esta temporada. Além da pole e da vitória, Vettel fez a melhor volta e
liderou todas as voltas, conseguindo seu 4º Grand Slam do ano (quando o piloto ganha
tudo que pode ser vencido no fim de semana do GP).
Hulkenberg (liderando) foi o grande nome da "prova do resto", na Coreia |
Passando à “segunda prova”, do resto, a coisa muda de
figura. As Mercedes de Hamilton e Rosberg, as Ferrari de Alonso e Massa, a
Sauber de Hulkenberg e as Lotus de Grosjean e Raikkonen resolveram fazer suas
melhores largadas da temporada. Obviamente, alguém ia dançar. Sobrou para
Felipe Massa, que ao tentar (com muito otimismo, diga-se de passagem) ganhar
duas posições no final da reta oposta, ficou sem espaço, pisou forte nos freios para
evitar uma batida com Nico Rosberg, rodou e caiu para a última posição,
acabando com a sua corrida. Após mais uma boa corrida de recuperação, salvou um
9º lugar e dois pontinhos para a Ferrari.
As Mercedes, por suas vez, não mostraram na prova o que
prometeram nos treinos. Na volta 28, Rosberg ultrapassou Hamilton na reta
oposta, mas, ao tirar de lado, viu o bico da sua Mercedes arriar e raspar na
asfalto, transformando a Flecha de Prata em uma verdadeira chuva de prata,
daquelas de festa junina. Box para Nico e mais uma volta, com os pneus no
arame, para Lewis. A 5ª e a 7ª posições para o inglês e o alemão, respectivamente,
não foram o pior dos resultados.
Alonso se arrastou sobre os pneus e viu Vettel aumentar a diferença |
Nome forte na Silly Season, outro Nico, o Hulkenberg, tratou
de pisar fundo na sua Sauber-Ferrari e garantir um show e muita visibilidade
para o seu talento em um momento importantíssimo do ano. Sem carro para
competir com os três primeiros, o alemão levou a Sauber a um majestoso 4º
lugar, depois de passar a corrida segurando, legalmente, a Ferrari de Fernando
Alonso, as duas Mercedes e a McLaren de Jenson Button. Fazendo valer o velho
ditado “Você é tão bom quanto sua última corrida”, o HUlk saiu da Coreia do Sul
como O Cara na briga por uma vaga em 2014, depois da pataquada na primeira
volta, Felipe Massa precisa reagir nas próximas etapas.
Falando em Alonso, o espanhol teve uma prova de sofrimento.
Os pneus Pirelli e o endiabrado Hulkenberg castigaram o bicampeão, que ainda
perdeu uma posição para Hamilton nas voltas finais e terminou na amarga 6ª
posição. Outro que sofreu com os pneus foi Sergio Pérez. O mexicano da McLaren
fazia prova discreta, hábito dele em 2013, quando viu seu pneu dianteiro
direito explodir na reta oposta, chamando o primeiro Safety Car da corrida. Na
base do melhor equipamento, terminou na 10ª posição, com seu companheiro,
Jenson Button, em 8º.
A corrida foi fogo para Mark Webber (tum, tum, tssss!) |
Mark Webber fazia o que se espera dele. Brigava com as Lotus
pela segunda posição e havia acabado de sair do seu segundo pit stop quando viu
o pneu de Pérez estourar na sua frente. Pedaços da McLaren furaram o “pisante”
(ou seria “rodante”?) da Red Bull, forçando o australiano a uma terceira parada.
No recomeço da prova, Adrian Sutil errou a freada do final da reta oposta,
rodou e acertou o carro de Webber, causando o abandono do #2 e um incêndio que
trouxe o Safety Car de volta. O momento “Trapalhões” ficou por conta da equipe
do GP, que liberou o carro dos bombeiros antes da entrada do carro de segurança,
à frente dos líderes. Além do susto, nada de grave aconteceu.
Sem uma Red Bull e com a outra disparada na liderança,
sobrou para Kimi Raikkonen e Romain Grosjean a disputa caseira da Lotus-Renault
pela 2ª posição. Melhor para o finlandês, não antes de muita emoção com as
investidas do francês. A dobradinha no pódio foi uma belo prêmio para os
ingleses auri-negros, os melhores do resto na Coreia do Sul.
Raikkonen (dir.) e Grosjean garantiram a emoção nas voltas finais |
Cada vez mais próximo do tetra, Vettel tem 272 pontos contra
195 de Alonso. Raikkonen, com 167, e Hamilton, com 161 pontos, ainda podem
sonhar com um vice-campeonato. Mark Webber, com 130, se garante mais pelo carro
que tem, mas precisa tomar cuidado com Nico Rosberg, que tem 122 pontos, na 6ª
posição do campeonato de pilotos. Entre as equipes, a Red Bull-Renault nada de
braçada, com 402 pontos. A briga está no vice, com a Ferrari liderando a
Mercedes por um ponto (284 contra 283). A Lotus-Renault, com 239, precisa de
muitas dobradinhas para surpreender.
Na próxima semana, entre os
dias 11 e 13 de outubro, a Fórmula 1 volta a armar o circo no tradicional circuito
de Suzuka, no Japão, para a 15ª etapa do ano. Depois de Suzuka, faltarão quatro
para o fim da temporada e, caso a vantagem de Vettel fique acima dos 100 pontos
(cada vitória rende 25 pontos), ele sai do Japão como tetracampeão mundial de
F1.
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